Pequeno Escorpião
Quando você sorri, meu pequeno escorpião
As tempestades jorram pelos morros como água das fontes
Imaculadas e cristalinas
Longe da erosão que ameaça
As mais puras retinas
Aranhas e víboras te cercam
Sedentas e famintas
Vorazes predadoras
Escondidas na lua crescente
Ostentando veneno de morte
Ao tecer as outras sinas
Mas quando você sorri, meu pequeno escorpião
Um portal sem nome se abre diante da clareira
Mergulhando em luz de sombras a terra cheia
De água, lodo e pedregulhos
Soprados pelas encostas
Firmes
Como os olhos da gata sagrada que protege sua mansão
Eremitério na floresta
Intacta
Onde não há suprema conclusão
De nada
No instante em que você sorri, meu pequeno escorpião
As nuvens do entardecer se dissipam
E a noite despenca
Silente e arrebatadora
Preciosa cauda venenosa
Da sua própria tormenta