Areia imortal
Terrivelmente em ruínas
Meu desejo e dor
Aquilo que nego contra a minha própria vontade
Lábios selados
Do céu às profundezas do deserto
Montanhoso
Eu ouço
Vozes que chegam dos sinos
Como uma presença
Essa coisa
Isso poderia tornar a vida doce ou curta?
Pupilas que dilatam
Ao menor sinal da luz tímida
Enquanto o sol abraça a lua
Germinando a terra fértil
Mãe da honra e da prosperidade pura
A tradição do corpo e o vazio
Arbustos entrelaçados
Soprando para longe as folhas secas
Que deslizam suavemente no inverno
Um sonho e tudo evapora
Apenas um assobio
Dez ou vinte anos
Aqui ou há mil milhas
Vagando em barcos ou ilhas
Cercada por pinheiros recém-nascidos
Desabrochando
Cálida flor
Majestosa andarilha
Cresce em ramos
Nesta ou naquela vida
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Lá fora a imensidão do verde cria o paraíso
Montanhas com cumes azuis intocáveis
bocejam sonolentas
Libélulas vagueiam livres
Gotas de orvalho acenam para os minúsculos raios de sol
trazidos pelo amanhecer
Os anjos da última hora tocam suas harpas
Enquanto o céu permanece inalcançável
Escondendo entre as plumas das nuvens
Fragmentos de milhões de arco-íris
E, atrás deles,
Um grande coração nu e cru olha os curiosos
diretamente nos olhos
E os convida a entrar
Para jamais sair
Nevoeiro intenso
Assintomático nos órgãos adormecidos
Predador dos que não dormem
Insônia feita de trapos
Peças soltas
Da criatura obtusa e intrusa
Remexendo no gelo cretáceo
Das emoções absurdas
Nevoeiro nos olhos
Cobrindo estigmas
Disforias
Ainda imaculadas
Tudo tem um nome
Nada
Jamais
Se repete
ichi-go ichi-e
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Há aqui e ali um pedaço das minhas tripas
Expostas em silêncio público
Aprendendo a lidar com a irrealidade do desejo ardente que se queria real
Há aqui e ali um pedaço das minhas tripas
Percorrendo estradas sem rastros
Sentindo incontáveis vezes o vazio das incontáveis intenções
Há aqui e ali um pedaço das minhas tripas
Copos de cólera dissolvidos no esquecimento do passado
Um útero irrespirável e secreto, que não espera, mas aguarda
Há aqui e ali um pedaço das minhas tripas
Refazendo fins onde há começos e recomeçando nos lugares onde há fins
Sensação alada que não se conforma mais em ser bípede
Há aqui e ali um pedaço das minhas tripas
E nas minhas tripas toda a minha vida está escrita: seu começo, meio e fim
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You play the harmonica every holy night
And I swear, oh God, I swear
I swear I would like your harmonica to be quiet at least 3 am
Ultimately, I’m like the Detroit vampire: I’m codenamed Doctor Caligari, Doctor Faust
If I signed my name with a scenographic glass it’s because I walked the tightrope and wished my steps were erased like the wind that takes the tulips away
I couldn’t ask somethings
Anymore
You are so close
Nevermore
When the horse runs
Sunday morning
I hear your voice
A love song
I was in love with your brother
But my papers are gone
Shouldn’t I disappear?
Maybe I never come by
A cup of coffee
Poisonous
Napalm Breakfast
Acid Bliss
Partículas de poeira dançam e rodopiam
Acima dos homens e de uma cidade que grita
Pequenos fragmentos de poeira são embalados
Pelo sibilar do vento, pelas gotas de chuva
Gotas de um céu que ri, chora, ama, fere
Na terra dos homens, o calor que oprime
O mormaço que abafa, esconde e sopra pra longe
As partículas de poeira que circulam e rodopiam
Voam e anunciam
Que nesse calor de chuva
São as nossas sensações
Os nossos corações
As nossas emoções
Os nossos sentidos
E nada mais para usar, ser ou mostrar
Nesse calor de chuva
As partículas de poeira dançam como borboletas
Flutuando no espaço
De uma cidade vazia e cheia
De calor e chuva
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É noite
E não me lembro mais de quando não é
Dois morcegos voam em ziguezague
Perfeitamente satisfeitos
Com a paz mental que encontraram
Bem, eu deveria ergue-lhes um altar
Pois eles sabem coisas -
Coisas que eu aprendi a desconhecer
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Desert scribe. Storyteller. Dark Poet. Saturnine Heart ~ Instagram: @abyssal_waters